quinta-feira, 27 de junho de 2013


“O Auto-Retrato”

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!

sexta-feira, 21 de junho de 2013


Texto analisado no curso MGME




Pausa

"Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-­se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu, bocejando:
—Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém­-feita, deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher com azedume na voz.
— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
—Por que não vens almoçar?
— Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse à carga, Samuel pegou o chapéu:
—Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os guindastes, as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve­-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão,acordando um homenzinho que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente.Esfregando os olhos, pôs­-se de pé.
—Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho bom este, não é? A gente...
—Estou compressa, seu Raul!—atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. — Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante.
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam­ no com curiosidade:
—Aqui, meu bem!—uma gritou, e riu:um cacarejo curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.
Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda­ roupa de pinho; a um canto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem,deu corda e colocou­ o na mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido;
Com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata. Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de embrulho, deitou­ se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover­-se:
Os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou­ se pela cortina, estampou um círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa, perseguido por índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam.
Samuel mexia­-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio acabava de trespassá­-lo com a lança.  Esvaindo-se em sangue, molhado de suor, Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama, correu para a bacia, lavou­ se. Vestiu­ se rapidamente e saiu. Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
—Já vai, seu Isidoro?
— Já — disse Samuel, entregando a chave. Pagou, conferiu o troco em silêncio.
—Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.
—Não sei se virei—respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
— O senhor diz isto, mas volta sempre — observou o homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou, um instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois, seguiu. Para casa."



SCLIAR, Moacyr.In:BOSI,Alfredo.

O conto brasileiro contemporâneo

Plano de aula.

 
 Plano de aula

EE Deputado Mauricio Goulart       (Selma Alves)
EE Padre Bruno Ricco               (Sueli Fernandes Monteiro)
EE Oswado Sampaio                  (Eva A Rodriguês)



Público alvo:Alunos de 7° ao 8° anos do Ensino Fundamental.

Objetivos: A partir da leitura feita em sala de aula,devemos estimular aos alunos o resgate dos valores familiares,a intenção também é estigá-los a produção textual, como um produto final da atividade.

Justificativa:O texto PAUSA - Moacyr Sclier,deverá despertar no aluno o significado de valor,principalmente o familiar,trazendo a importância do diálogo nesse contexto,fazer com que os mesmos ao final do trabalho consigam produzir o seu próprio artigo de opinião ou relato de experiência.

Metodologia:Roda de conversa,textos  de referência,depoimentos,troca de informações com professores de outras áreas.

Recursos:Textos de diferentes gêneros,uso do dicionário,jornais e revistas.


Avaliação:Produzir textos no formato de "Artigo de opinião" e Relato de experiência".

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Minha primeira experiência de leitura....

 Nossa! como é bom reviver o passado! A minha primeira experiência com a leitura, foi com a minha mãe, toda vez que íamos fazer um bolo, como eu estava sendo alfabetizada, ela me fazia ler toda a receita para ela, e eu estava mais interessada em pegar os ingredientes, mas ela não me deixava, ela pegava tudo enquanto eu lia. E e ao escrever então, a lista de compras era por minha conta.
Logo depois, já na 5 série, veio a querida professora Dinorá Campos, esta, era terrível, todo bimestre, tínhamos que ler um livro da coleção Vagalume, lembro da professora lendo para nós, ela lia lindamente, ainda hoje escuto a sua voz aos meus ouvidos, era uma voz fabulosa.